casa de madeira

um dia,
sim...
vou estar
com os pés aquecidos
a boca encantada
os ouvidos sorrindo
e o corpo amado.

teu canto

se eu tivesse voz
notada
em beleza,acordearias.

se eu tivesse voz
acompanharias
em natural, melodia.

se eu tivesse voz
seriam vozes.

ente querido

sonhar sua cabeça ,
doar a própria,
e então dar
mais do que o outro
atreva a cogitar
,descobrir
para então presentear.

cas ar

matrimonio.
sonho sós.
casamento.
cada um sonha.
juntos num lar.
só em cama .
mesa e banho.
bar só.
casar .
querem ar.

vá

fuja da mesma visão
pois se embaça com o tempo a percepção sadia.
fuja dos mesmos sons

afinal com o passar do tempo a mente acostumada não ouve,só fala cansada.

dum diferente ângulo
com mensagens novas
a cabeça,livre,cria liberdade
fazendo os sentidos sentirem.

hoje "quem não deve,não tem"

é vendaval
pra uns muitos .
é mato
pra uns Santos.

é o doninho que teimam em chamar de servo.
ah sistema que servimos!

as imagens que idolatramos
fazem mentes edonistas tão iludidas.
com desejos em madeira,metal,polímero ...
os vivos que vem e vão conosco acabam com nossa meia aspiração.

enquanto não descarrega

vais contar para todos
não vai?!
o que ele te guardou na manga
aquele dia
vais contar!
aposto que vais...
não sabes o que é segredo
mananáis!

colore comigo?

desenho de preto
o que de perto posso contornar
palavras desperto
apagando com sombras
rastros
de miséria

fatos
se esvaem
sem separação de cor

meu papel é branco e preto
com máquina
se identifica
sonha com cor
,sua cor,
dividida

telefone,telefone...

calma lá
te disse para não mais uma vez
estrapolar.

aquieta de uma vez seu sonhar distante...

pode até contar.
mas não se agunie de não ver logo o realizar.

calma...
vê se pára de implicar
se o que foi dito nada tem com o bem que se quer...
te disse pára...
mas
você insiste em verbar...
te falei
desiste desse seu jeito de teimar.

agora que calei
sua ligação
desistiu
se irritou
e você
os sonhos
desligou.

palpite

marca o caso das aliquotas paradisíacas
de cada instante de junção.
guarda o sabor do verão
dos cheiros agridoces pedidos.
lembra dos tantos sorrisos
chorados no teu corpo.

e assim espera por mim.

era uma casa

era
de mais quartos
espaços
tratados
divisões.
é
de menos quadrados
mais apertos
aceitos
junções.

nictação para limpar

tentando dilatar
parir
o que tudo sofre
o que não se embola com raiva azul,cordão.
o que
não sufoca gargantas com ânsias grossas
em refluxos vertiginosos,chorosos.
-pisco-

até então

achei que tentava
soube que não, quando, mais uma vez, enforcada clamei.
-olhos secos,tão secos,visão mórbida-

em tempo
ouvi um som do deserto brasileiro
soprava sobre o medo de livre estar
enquanto ventava
sorri
ainda com a corda apertando a pele
cri uma vez mais
aquietei o pulso
pescoço afinou
esqueci o estorvo interno,as inquietas interrogações,
lembrei do belo
elo...
logo o cordão soltou
caí
.





nova-mente
tentando dilatar
só que agora com olhos receptivos a sombra
de tempo
em tempo.